O brilho da cura
Por Alex Possato

O brilho da cura

a cura

“Algumas pessoas pensam que são elas que buscam a verdade de suas almas.
Contudo, é a grande Alma que pensa e busca através delas”
Bert Hellinger

Você viu a doença em si. Entrou em contato profundo com suas entranhas, e mergulhou no inferno pessoal. Foi atacado por milhares de demônios. Eles sugaram seu sangue, entortaram seu corpo, destruíram seus órgãos, espalharam medo, insanidade e distorção em seu sistema. Nada mais funcionava. Até dar um sorriso tornou-se um martírio. As tentativas das pessoas de bem em trazer-lhe um mínimo de conforto eram inúteis. Você até reconhecia, mas um outro lado seu, desdenhava.

– Elas não sabem o que eu sofro!

Mas você sabe o que sofre. E sofreu, até chegar aqui, na doença. Quantas dores foram engolidas. Quantos gritos ficaram entalados na garganta. Quantas negações aos fatos claros e óbvios da sua vida. Quanta incapacidade de alterar o fluxo de um simples veio d’água. A vida foi muito cruel, e você sabe disso. A dor e a insatisfação, até chegar à doença, percorreu um longo caminho. Ano após ano de negações. Vida após vida. Gerações após gerações. Todos negando as finalizações, os rompimentos, as perdas. E eternizando o sentimento de insatisfação. A tentativa de mudar o imutável. De prender o que não pode ser preso.

Um amor? Um casamento? Um filho? Uma família? Dinheiro? Carreira? Bens? Amizades? Honra? Sucesso? Prazer? Um órgão do corpo? A confiança? A fé? Qual a sua perda, que foi rudemente negada? Embora talvez, da boca para fora, você diga: já esqueci!

Eu digo: não, não esqueceu! Ela está aí! Você negou a perda. E nega sentir o sofrimento que é ser impotente diante da perda. A perda dói. Todas as perdas doem. Não adianta fingir. Não adianta tentar reverter. Elas estão aí para isso: despertar o profundo sentimento de impotência. Somos muito pequenos diante do destino. Nada há a ser feito, a não ser baixarmos a cabeça e nos recolher, em ato de contrição. Não porque somos pecadores, ou algo assim. Mas porque somos infantis. E mimados. Agimos no mundo como crianças, querendo forçar nossos pais a fazerem o que achamos que é o certo. Agimos no mundo querendo que ele responda da forma como queremos. Agimos nas relações querendo que elas façam exatamente o que é conveniente. Para nós… E ponto final. Não se fala mais nisso! Aqui quem manda, sou eu!

Mas… não é não…

O universo nos brinda com a doença. Todos os corpos irão se transmutar. Nada é perene. Porém, o sofrimento maior não é a dor física. Mas a dor da alma. Da alma que segue o destino de tantos e tantos seres, que não sabem lidar com a perda. Com o não. Com a separação. Com o rompimento.

Em algum momento, você será convidado a deixar de ser fiel à sina da sua alma: negar a perda. Também não desejará a perda. Somente olhará para as coisas como elas são. E sentirá a dor da alma sendo abandonada… deixada só… e nada fará. Lágrimas pesadas cairão do seu rosto, que se manterá impassível. Um choro de adulto, e não mais de criança. Talvez algo aconteça com a doença. Talvez nada aconteça. Você não se importará mais. Está tudo certo.

 

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