Não temos o controle da vida!
Acompanhando o estado de impotência de um familiar, diante de um problema de saúde, e vendo esta pessoa que era totalmente ativa e que não pensava duas vezes para definir e fazer algo, subitamente, incapacitada e dependente, recebo uma profunda lição. Eu também tenho muito desta característica: o fazedor. Que acredita que seus próprios esforços é que estão promovendo o sucesso ou o fracasso da iniciativa. Mas no fundo da minha alma, sei que tudo ocorre porque existem méritos “invisíveis”. Lógico que o esforço é bem-vindo. Mas quantas vezes o esforço resulta em nada? E quantas vezes, “do nada”, algo milagroso acontece? O controverso mestre Osho diz que o “fazedor é neurótico”. É alguém totalmente conectado consigo e desconectado da grande vida. Os ensinamentos de Bert Hellinger também apontam para esta direção.
“Existe a psicoterapia que supõe poder passar pelas fronteiras e dominar e modificar destinos. E existe uma psicoterapia que pára frente ao mistério e toma-o com seriedade como ele é”. (A fonte não precisa perguntar pelo caminho)
Portanto, meu grande aprendizado é: faço algo e está fluindo… ok, observo! Sinto na pele, nos ossos, nas células tudo o que acontece comigo. Dou um tempo de contemplação. Mas… se faço algo e não está fluindo… também observo! Vejo e sinto a angústia, o medo, a dor, a tentativa de mudar mesmo sabendo que não conseguirei… Continuo observando…
A sabedoria fenomenológica, que me leva a ser um profundo observador, também mói e desmonta a minha personalidade, o meu “eu fazedor” e o meu senso de ser protagonista da minha vida. Haja aprendizado!
Alex Possato