O fantasma da autocrítica exagerada…
Me emocionei muito quando li este trecho onde Hellinger trabalhou com um terapeuta que estava com medo de um paciente. Lembrei-me dos primeiros atendimentos, onde passava um pensamento sombrio na minha cabeça: tomara que ele não apareça! Me vinha, lá da profundeza do inferno do inconsciente, uma sensação de que talvez eu não faria um bom trabalho. Talvez eu não fosse bom o suficiente. Talvez o cliente ficaria insatisfeito e reclamasse… Talvez… talvez…
Num daqueles movimentos rápidos do Hellinger, ele deixou claro à terapeuta que ela não conseguia receber afeto. A “pobre” consteladora desatou a chorar rios de lágrimas.
De quem sentimos falta de afeto? De nossos pais. E talvez esperemos dos clientes o afeto e a aprovação que a gente não recebeu – ou julgou insuficiente. Volta e meia me assombra ainda o fantasma da autocrítica exagerada… Que nada mais é do que parte da minha psique paralisada em algum momento de rejeição do passado. Se punindo porque falhou ou deixou algo mal feito…
Tenha dó, né papai e mamãe! Dá um tempo! Xô! Sai fora do meu consultório e me deixe trabalhar em paz!
Alex Possato