O passado não vai mudar
Chega um momento em que é necessário renunciar à guerra que inconscientemente entramos, na busca insana por acolhimento e inclusão em relação à nossa família. Lógico que as dores e traumas fazem com que nosso foco vá sempre para o passado. Terapia, autoconhecimento e espiritualidade irão abrir portais de compreensão, alívio e cura. Mas chegará o momento de ir embora. Andar e deixar o passado. Renunciar à tentativa de acolhimento e aprovação. Esquecer (no bom sentido!) os pais, os irmãos, o passado, e seguir adiante. Com feridas e cicatrizes, somos convidados a andar. Carregando os aprendizados. Deixando as lamúrias e protestos. Usando nossas habilidades e confiando que o universo
proverá o que for preciso. Parando de acreditar com alguém irá nos salvar. Não há nada a ser salvo. Somos o que somos, e é com aquilo que temos que prosseguiremos. Nossos pais fizeram isso. Nossos avós também. Andar é uma questão de decisão. Que será facilitada quando renunciamos à tentativa de mudar o passado. Ele não mudará.
Alex Possato