A Fragilidade dos Nossos Pais
Vendo nossos pais envelhecerem, percebemos: nossa, como eles são frágeis! Às vezes, turrões! Teimosos! Inconsequentes! Mas, talvez, eles já eram assim sempre. E nós, como crianças, não tínhamos capacidade cognitiva de analisar a personalidade deles. E perceber que, por detrás das atitudes, havia medo. Insegurança. Necessidade de aprovação. Busca de proteção.
Renato Russo dizia, sobre os pais: “São crianças como você, o que você vai ser, quando você crescer…”.
Essa certa “infantilidade” dos pais não desvalidam as dores que possivelmente eles nos causaram. Quantas vezes atendo pessoas que dizem: meus pais foram perfeitos! Este é um olhar também infantil, pois não existem seres humanos perfeitos. Nem famílias perfeitas. Este tipo de reação é uma forma de defesa, para evitar olhar as próprias dores. O crescimento emocional exige olhar para as coisas como elas são. Exige fazer diferente dos nossos pais. Exige aprendermos a lidar com as emoções. Entendendo que nada do que aconteceu foi “contra nós”. Não foi proposital. Nos ferimos, nossa família nos machucou… pois assim é a vida.
Alex Possato