A impotência diante da vida
Passando agora por momentos de dificuldades de saúde, vejo o sofrimento da minha mãe: mental, emocional e físico. Este sofrimento já estava claro em tantas outras fases, mas agora fica bem evidente. E as primeiras tentativas é aliviar o sofrimento. Até porque, ver o outro sofrer nos causa sofrimento também. Quantas vezes me pego querendo eliminar os problemas dela porque não dou conta de olhar? Porém, existem fases onde não há muito o que fazer. A vida apresenta suas duras lições, e como alunos obedientes, devemos prosseguir, fazendo muito pouco. Ou quase nada.
Estar impotente diante de situações onde não temos poder de mudar é como um tapa na cara. Chamando-nos para a realidade de que, nas coisas mais fundamentais da vida, não temos tanto poder quanto achamos que temos. Talvez se andássemos já com esta sabedoria, desde o princípio, sofreríamos menos ao deparar com a verdade: somos limitados. Sim, somos limitados! E não vamos alcançar tudo o que queremos. E isso não deveria significar: somos infelizes. Porque não tem nenhum sentido medirmos a qualidade da nossa vida por aquilo que fazemos. Passamos muito tempo querendo construir, fazer, aparecer, dar, receber, trocar… Mas a vida passa, tanta coisa acontece, e ela é bela da mesma forma. Tudo o que foi vivido foi muito belo. Bem simples assim.
Obrigado, mamãe, por continuar me ensinando… Por detrás do sofrimento, vejo e honro sua sabedoria.
Alex Possato