A relação com o filho adotivo
Bert Hellinger nos ensina que os filhos pertencem ao seu próprio sistema biológico. Isso é uma questão bem prática: quer dizer que tanto a força, dons e talentos destes filhos como também os eventuais padrões de sofrimento, dor e doença que eles carregam, vem da família de origem. Os pais adotivos passam valores, influenciam comportamento, mas não atuam nesta programação mais profunda. Por isso, ao trabalharmos questões sistêmicas, mesmo que não se conheça nada do passado do filho adotivo, iremos “olhar” para trás, para os pais, avós, bisavós e antepassados biológicos.
Percebi isso na minha própria vida, já que sou pai adotivo. Pouco consigo influenciar meu filho em relação aos hábitos arraigados nele. São os aprendizados que a família de origem legou, e assim como não podemos fazer a prova, na escola, no lugar de outra pessoa, são exatamente estas dificuldades e a superação que ele adquirir na jornada que lhe trará força, consciência, aprendizagem. E possivelmente, gratidão ao seu passado também, quando entender que sempre existe uma razão maior para tudo o que é vivido. Enquanto isso, podemos, nós dois, cultivarmos amizade, responsabilidade e cuidado. Pois isso independe do sistema familiar para ser compartilhado…
Alex Possato