Constelar é meditar
Seguindo o desenvolvimento de Bert Hellinger através do movimento do espírito, nós, consteladores, estamos imbuídos de todo o conhecimento em relação às ordens do amor e ordens da ajuda. Sabemos identificar as desordens e quando possível, apontamos isso nos trabalhos terapêuticos. Porém, a transformação mais radical, que atua no campo – do cliente e também no nosso, tem a ver com permitir a existência daquilo que é muito difícil. Aquilo que nós excluímos, quase que naturalmente. Observamos nas constelações situações de violência, abuso, descaso, abandono… Sentimos no nosso corpo o peso das negações, das mortes, dos fatos escondidos. Ouvimos falas durante os trabalhos e sabemos que existem muitas coisas desconhecidas, não ditas, distorcidas ou omitidas.
No momento em que conseguimos olhar, sem julgar, sem fugir nem aprovar tudo isso, o “campo” se transforma, magicamente. É um processo que ocorre dentro do facilitador. Às vezes, olhando uma constelação difícil, me pergunto: o que estou excluindo. E deixo a pergunta correndo solta, dentro de mim. Subitamente, percebo internamente a resposta. Que às vezes vem racionalmente, outras vezes surge em forma de sensibilidade física ou energética. Só o fato de perceber, e permitir, causa uma mudança no campo. Muitas vezes não preciso falar nada, fazer nada. É um movimento interno. Mudando dentro, o externo também se altera.
Alex Possato