É possível amar uma mãe narcisista
Dias desses uma seguidora me perguntou se é possível amar uma mãe narcisista. Eu respondo com outra pergunta: é possível um bebê de 1 ou 2 meses não amar a própria mãe, mesmo que ela seja doente psiquiátrica? É deste amor primordial que estamos falando, e não do amor que identificamos como cuidado, nutrição e acolhimento. O amor primordial nos mantém vivos, nos preenche, nos dá paz… O amor de cuidados é importante, mas afeta principalmente nossa sobrevivência. E pode ser dado pela avó, pelo tio, pelos cuidadores… Misturar o amor (com “a” minúsculo) com o Amor força, impede a nossa cura. Nos leva para dores importantes, porém, inexpressivas quando o assunto é “força para viver”! Tratar das dores da falta do “amor-carinho” alivia, mas não cura. Acalma os sintomas, mas não atinge a origem. Convido você, que está lendo este post, a buscar o Amor original, que você sempre sentiu, tanto pela mãe, quanto pelo pai. Não importa o quanto eles possam ter sido rudes e incapazes. Estou me referindo a uma busca de alma, possível quando transpassamos as dores emocionais situadas em camadas mais superficiais. Não será fácil e irá doer muito, quando aproximamos do momento da sensação de perda deste Amor. Muitas dores, raivas, tristezas e outros sentimentos surgirão, antes de nos depararmos com algo tão abissal, que não há forma de descrever em palavras. Aí estaremos a um passo da cura. Pois deste lugar, o Amor ressurge. Se mostra. E então, jamais deixaremos que ele escape outra vez. Porque agora temos consciência dele. Coisa que, aos 2 meses de idade, não tínhamos. A partir daí, olharemos para nossos pais neuróticos com toda a ternura e gratidão possível. E a inteligência e maturidade de saber que não devemos ficar tão vulneráveis, diante de pessoas desequilibradas. Desejo uma boa jornada a quem está neste caminho!
Alex Possato