Esse problema é meu?
Família e pessoas íntimas primam pela troca de opinião a respeito de coisas íntimas. Quanto mais íntimo, mais reclamação. E devido a um acordo tácito entre os grupos de afinidade, acreditamos que devemos compartilhar as mesmas opiniões. Somos até induzidos a agir em solidariedade à pessoa íntima. Por exemplo, minha mãe, aqui do lado, diz: que absurdo esta espera hospitalar! Eu olho para ela, aceno a cabeça e continuo a trabalhar no meu celular. Também estou cansado, mas percebo que reclamar, neste momento, não fará sentido. É necessário aguardar o resultado do exame de sangue, e isso demora.
Lógico que quem reclama tem suas razões. Porém, quando compramos reclamações que não são nossas, ocupamos a própria energia e foco com assuntos que não nos levarão para mais próximo das coisas que queremos. Nossos objetivos. Se olharmos atentamente para nossa vida, veremos o quanto “estão nos vendendo” reclamações que não tem nenhum sentido. E compramos o pacote, sem pestanejar. Políticos fazem isso. O marketing faz isso. As religiões. Grupos sociais. ONGs. Todos plantando problemas para venderem soluções. Assim somos, como sociedade. A grande questão é se perguntar: esse problema é realmente meu?
Alex Possato