Eu sou merecedor!
Nestes dias em Brasília, aluguei um Airbnb para descanso. Entre uma série de trabalhos e outra, queria acalmar, sentir a mim mesmo. Uma casinha simples, super quieta, animais, e ao mesmo tempo, muito perto de tudo. E aí, a piscina olhando pra mim, dizendo: você vem? E eu respondia: espera um pouco. Depois que eu terminar este post. Depois que eu responder esta mensagem. Depois que eu preencher a planilha. Depois que eu gravar o vídeo. Depois que isso, aquilo…
Quando falo de prosperidade, nem sempre estou me referindo à quantidade de grana que conseguimos alavancar, guardar, investir. Porque acredito que existam pessoas que podem conseguir muito dinheiro, mas vivem uma vida tão neurótica, que eu diria: esta pessoa não é próspera.
E o usufruir da vida se mostra nas coisas simples. Me permito entrar na piscina, ficar ao sol por uma ou duas horas? Coloco espaços de silêncio e bem-estar na minha rotina? Vou encontrar amigos e curtir um pouco, mesmo em horários alternativos?
Confesso que, para mim, é muito difícil. Tem uma crença que ainda martela na minha cabeça: posso descansar depois que estiver tudo feito. Kkk, para um autônomo, jamais haverá então esta possibilidade, porque sempre há alguma coisa para fazer… E assim, eu tenho que entrar num processo de estafa para me render. Aprendi isso na infância. Meus avós sempre trabalharam muito duro. Assim eles conseguiram sobreviver, cuidar dos filhos, pagar as contas da família.
Mas será que preciso repetir o mesmo padrão? Ou posso usufruir da paz, do prazer, da alegria, cumprindo também meus compromissos? Bem… para mim isso é importante. Até porque meus pais, contrariando o jeito duro de trabalhar dos meus avós, resolveram cair mais para um lado hippie. Eu também posso honrá-los, sem deixar minha vida financeira desestabilizar. E posso fazer do meu jeito, na minha hora, desde que eu tenha bastante consciência.
Agora, dá licença que vou caminhar um pouco…
Alex Possato