Gratidão, Bert Hellinger!
Por Alex Possato

Gratidão, Bert Hellinger!

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Foi com muita gratidão a Bert Hellinger e ao seu trabalho com as constelações familiares sistêmicas que participei do seminário, neste último final de semana, em São Paulo. Não importava se ele estava falando ou se estava quietinho, em seu canto, observando sua esposa conduzindo grande parte das ações: meu olhar procurava ele. E em muitos momentos lágrimas teimavam em surgir. Por quê?

Não sei, exatamente. Reconheço-me um discípulo, eterno, de Bert Hellinger. E mesmo entendendo a dimensão humana dele, considero-o genial. E graças a ele, minha vida mudou totalmente. A constelação familiar sistêmica trouxe-me uma nova vida. Curou-me das dores do divórcio, da sensação de abandono dos pais, da falta de masculinidade, da falta de força para viver… E tornou-se o meu instrumento de trabalho. Ou melhor, eu tornei-me um canal que se permite ser usado pela constelação familiar sistêmica.

Como foi o meu primeiro contato com ele, o Mestre, fiquei meio intrigado: será que ele vai apresentar novas visões do seu trabalho? Será que o que faço está adequado ao que Hellinger faz? E mais uma grata surpresa: muito do que foi falado, tanto por Hellinger, como por Sophie, lembram em muito frases e dicas que surgem durante meus cursos e vivências de constelação.

– atuar sem intenção
– não esperar “final feliz”
– buscar o próprio centro
– deixar a mente racional e confiar no coração
– permitir os movimentos
– mergulhar na profunda sabedoria da incerteza
– ser simples

Enfim… vi que meus caminhos estão sincronizados… e mesmo entendendo que tenho uma infinita estrada a seguir, já que a constelação familiar está sempre em movimento e mudança – assim como qualquer coisa na vida! – o que presenciei neste último final de semana validou estes anos todos de trabalho. Peguei inclusive parte da “bronca” proferida por Sophie, quando alertou para as inúmeras constelações familiares que estão sendo feitas sem entendimento profundo das Ordens do Amor, baseadas na interferência e vontade própria dos facilitadores, como um “alerta” para aprofundar mais no treinamento com meus alunos a respeito do “estado de silêncio interior”, tão necessário para ser um instrumento dentro da constelação.

Sinto que este é o maior desafio àqueles que se sentem chamados a serem um facilitador de constelação: deixar a mente racional de lado. Estar em paz ou razoavelmente confortável com seu próprio estado emocional. Perceber o “campo sistêmico” sem se deixar ser “pego” por ele. Capacidade de comunicação e domínio de situações terapêuticas que possam ocorrer nos grupos e atendimento individual. Capacidade de estabelecer relações empáticas com os clientes e participantes de vivências, sem deixar a posição de liderança do grupo.

É um longo trabalho, porém, instigante e gratificante. E eu aceito este trabalho, me comprometendo a dar o meu melhor para que o aluno que passar por mim, possa adentrar neste estado maravilhoso do “não-saber” e da “ação pela não-ação”. Espero continuar honrando a este caminho maravilhoso da constelação familiar sistêmica. Espero continuar honrando ao trabalho do mestre, Bert Hellinger.

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