O medo da crítica
Desde o século XX sabemos da importância do marketing para alavancar as vendas de qualquer produto ou serviço. E quando nos tornamos um profissional a serviço do nosso público-alvo, de certa forma, “nós somos o produto”. A expansão que ocorre somente com o crescimento espontâneo dos clientes nem sempre é suficiente para suprir as contas do profissional autônomo, e logo ele se vê numa encruzilhada: preciso me divulgar. Mas tenho medo de me expor.
Tornar-se vitrine poderá despertar muitos monstros internos, relacionados com baixa-autoestima, desaprovação, medo do confronto, auto-julgamento, etc. Ecos da infância, quando não nos sentimos tão bons como nossos irmãos, colegas de escola, parentes ou ainda, fomos muito pressionados e comparados pelos nossos pais ou aqueles que nos criaram, ressurgirão com toda a sua força. Se começamos a nos expor nas redes, talvez queiramos colocar somente coisas que “agradem”, ou textos e imagens que não dizem quem somos, em que acreditamos e muito menos demonstram o poder de influência e transformação que temos em relação ao nosso público.
Mesmo assim, é importante começar. Sem olhar para os “monstros”, eles continuarão a nos dominar. Na minha visão, tão importante quanto conteúdo e capacidade profissional (indispensável, lógico!), é uma mentalidade madura e uma inteligência emocional afiada, treinada para lidar com as neuras e talvez as discordâncias que suas mensagens causem em parte do público. Afinal, se nós não gostamos de tudo o que vemos ou lemos, por que não aceitar que outros não gostem do que estamos postando?
É importante ir desvinculando a reprovação de alguma opinião que temos como uma desaprovação ao nosso ser, como um todo. Tudo aquilo que somos vale muito. Somos belos e completos, com todas as nossas deficiências e virtudes. Quanto mais nos valorizamos como somos, com autenticidade e integridade, mais pessoas se conectam com esta beleza, porque também vêem nela a beleza que elas são. E isso resultará em aumento da visibilidade profissional, de forma natural e crescente.
Alex Possato