O que prende é o medo
Quando crescemos, pegamos nossa mala contendo experiências positivas e negativas, aprendizados da nossa infância e adolescência, e seguimos. Vamos processando tudo o que recebemos, e através dos novos desafios que virão, aprendemos mais. As coisas ruins do passado nos legaram defesas e resiliência, se olharmos com amor para elas. E as coisas boas, dão o porto seguro interior, tão necessário para os momentos de descanso. Carregamos os pais em nosso coração, e todos os ancestrais em cada célula do corpo. Suas batalhas, vitórias e derrotas, nascimentos e mortes, nos fazem fortes, altivos, conscientes dos nossos limites e também das nossas capacidades. Mas se não conseguimos sair de perto dos pais, significa que ainda temos dívidas de gratidão e respeito. Ainda estamos frágeis, e seria importante reconhecer isso. Alguns dizem que estão presos por amor. Isso não é possível, pois o amor verdadeiro, liberta. Mesmo que tenhamos que cuidar dos pais velhos e doentes, jamais diríamos: estou preso! Estaríamos livres, dentro de nós, em paz com o destino. O amor sempre liberta. E o que prende, é o medo.
Alex Possato