Por Alex Possato

Para que serve um curso de constelação familiar?

 

Bem, a resposta mais óbvia seria: para se tornar um terapeuta de constelação. Porém, eu quero ir além do óbvio. Por quê? Por vários motivos. Primeiro: um terapeuta nasce terapeuta. Mesmo que tenha andado por outros caminhos, como economista, administrador, dona de casa, comerciante, advogado, professor, artista, assistente social, padre, estudante… a vontade de curar deve vir de longe…
É comum que o terapeuta em potencial tenha passado por tantas dores que ele sente a necessidade de se curar, ao mesmo tempo que vê em si a vocação para trabalhar com a cura. E neste sentido, o curso de constelação familiar sistêmica que conduzo é realmente uma jornada em si, no próprio sistema e investigaremos profundamente as ligações das dores com o passado familiar. Aprendi constelação, constelando-me. Mergulhando profundamente. Me virando do avesso. E também reconhecendo tanta coisa boa que herdei dos meus pais e antepassados.
Dito isso, tenho também que dizer que o processo da entrega ao caminho de constelador é algo para toda a vida. Temos muita coisa desalinhada, e conforme vamos andando, vemos novos nuances de situações que julgávamos em paz. Às vezes, um cliente, com sua questão e sua história familiar irá disparar lembranças e processos de cura em nós mesmos, terapeutas. Canso de vivenciar isso: o cliente senta em minha frente, e quando abre a boca, lá está! A minha questão, o meu problema! Sim, acabo me trabalhando através do processo do atendimento. Tenho certeza que muitos outros terapeutas e consteladores passam por isso. Afinal, tudo é sistêmico. A constelação não é só uma técnica utilizada no momento do atendimento individual ou em grupo: passamos a ver o sistema se movendo, as pessoas chegando ou indo, as situações ocorrendo na nossa frente como o desdobramento de uma grande constelação em nossa vida.
Assim, um curso somente não forma um constelador. É a vida que forma. E lógico, o treino. Muito treino. E muito estudo.
Na minha percepção, o curso de constelação abre um caminho de vida. Um portal mágico (não tenho inibição em dizer esta palavra, porque é mágico mesmo – e exigente!) que nos possibilita uma leitura do mundo, da vida, das pessoas e de nós mesmos a partir de um aspecto amplo, que engloba os grandes movimentos, as razões que extrapolam as vontades individuais. Nos quedamos maravilhados diante de uma inteligência maior, que comanda tudo. Tanto os aspectos prazerosos quanto os dolorosos, e aos poucos, compreendemos, no coração: é tudo amor!
Ser terapeuta de constelação sistêmica, portanto, nos provoca a nos tornarmos humildes, flexíveis, humanos ao extremo, conscientes do nosso pequeno papel na vida e da importância de tudo o que veio antes. Consciente também da interdependência de tudo e todos, e por isso, menos ávidos por mudar o mundo, já que passamos a ver a perfeição neste mundo aparentemente imperfeito.
Quando busquei a terapia da constelação como cliente, estava tão amargurado e desconstruído que desejava uma cura profunda. Queria que algo poderoso tirasse o tanto de dores que eu estava vivenciando, há 11 anos atrás. Posso dizer que esta cura veio, mas de uma forma muito diferente daquela que eu imaginava. A constelação me mostrou a crueza da vida. A dificuldade de relacionamento entre os meus pais, que refletiu também na minha dificuldade de relacionamento. Jogou-me na cara que eu estava sendo um pai tão perturbado como a imagem perturbada que eu carregava de papai e mamãe. E o balde de água fria foi ensinar-me a olhar a vida como ela é. E não como eu queria que fosse. Passei por uma intensa reprogramação interna. Na realidade, nada externamente mudou. Mas eu mudei. E por isso, o externo também mudou.
Mergulhar na constelação familiar exige coragem. E se tornar um terapeuta sistêmico mais ainda. Exige postura de guerreiro, força interna, confiança em Algo maior e a propensão para reconhecer nossos pais como os pais adequados para aquilo que viemos exercer no mundo. Não é necessário perfeição, pois isso não existe. Mas a boa vontade para olhar. E querer ver. Em todos os sentidos. Este terapeuta estará assim, através do seu próprio “campo sistêmico”, influenciando na mudança e adaptação de outros “campos”, auxiliando no despertar da força e Amor que se demonstra quando reconhecemos nossas raízes, reverenciamos nossos pais e nossa terra, e olhamos para a vida. A nossa vida.

Curso de Constelação Familiar Sistêmica em Brasília
7a. Turma
Início em 27 e 28 de julho!
Inscrições abertas!

Clique no link e inscreva-se! https://alexpossato.com/brasilia2019/

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