Pobre rica declaração de amor
Eu te procuro, mulher… mulher que possa entender o quanto sou frágil, ao afirmar com toda a convicção minhas certezas que são as coisas mais certas do mundo… mas que nunca me trouxeram paz.
Mulher, que acolha o quanto me sinto derrotado, enquanto desfilo, sorridente e falso, minhas vitórias inúmeras. E escondo meus vazios tão gigantescos.
Veja-me como sou, mulher querida. Um imponente macho que lhe dá prazer e lhe faz subir as paredes, enquanto se sente o último cocô do cavalo do bandido, porque não se vê merecedor pleno de ser amado. Impotente na arte de amar e ser amado.
Mulher, querida, eu não quero competição. Não preciso de mais um homem na minha vida. Só eu, basta.
Deixe-me descansar. Estou cansado de tentar provar que sou o melhor homem do mundo. O mais esperto. O mais rápido. O mais potente. O mais rico. O mais belo. O mais inteligente. Não. Não sou. Sou somente um homem. Como todos os outros. Falsos fortes.
Não me recuso a lhe dar tudo o que sou… porém, o quão pequeno sou! Desisti… eu desisti de tentar ser melhor que todos os outros. Que importam os outros homens?
Quero ser só eu. Só eu. Junto a você. Minha parceira. Amante. Amada. Amiga. Confidente. Com sua paciência de mulher. Sua suavidade. Sua instabilidade. Sua espera. Seu carinho. Sua força. Suas variações de hormônio e humor. Sua perseverança.
Sem você, quem sou eu? Nada? Ou tudo?
Mas sem eu… quem você é? Somos o que somos. Mas… que tal brincarmos?
Que sejamos um… afinal, esta ideia de separar o homem da mulher parece ser só uma grande piada de Deus, que se diverte enquanto ficamos tentando provar as diferenças de dois seres, criados como iguais. Um homem. E uma mulher. Dois iludidos que, desesperadamente, buscam, na união visceral, tornarem-se um. Encontrar a cara metade. Completar-se. Ser um. O que nunca deixamos de ser. Eu e você. Um homem, uma mulher. Um só.