Positividade ao Extremo
Muitos caminhos por aí nos incentivam a nos desdobrarmos em mil para “vencermos os desafios”. Demonizam o “não-conseguir” como um grande defeito, um grande pecado. O filósofo coreano Byungh-chul Han explica, na obra Sociedade do Cansaço, o quanto estamos condicionados por discursos de positividade ao extremo, onde predominam as mensagens de ação produtiva e o paradigma de que todas as metas são alcançáveis. E isso está deixando a sociedade doente. Pesquisa de 2013 no Brasil, diz que 98% das pessoas se declaram cansadas físico e mentalmente… e 61% estão… exaustos…
Você já parou para pensar sobre isso? De que a sua necessidade exacerbada de alcançar metas, seja ela casar, ter filhos, crescer profissionalmente, comprar uma casa, ter uma segurança financeira ou até alcançar a iluminação é somente um “programa instalado” na sua mente? Que está tirando a sua energia e possibilidade de viver bem? Pense nisso…
Minha proposta é outra: Aprender a lidar com o bom, receber… e também ter muito carinho por aquilo que está ruim, e saber lidar com o emocional que dispara quando “a coisa tá ruim”.
Metas? Objetivos? Sim, eu tenho e faço meus planejamentos. Mas não condiciono minha vida a partir dos objetivos conquistados e das metas não alcançadas.
Gosto de observar: o quanto eu soube viver o hoje? Com que qualidade? Como lidei com os aspectos positivos e negativos do “hoje”? Soube acolher até os momentos em que estive totalmente desequilibrado?
Pois é, gente. Aprender a sair dos condicionamentos coletivos, onde a sociedade e a família exercem grande pressão, é um caminho duro; nos sentiremos muitas vezes “na contramão”. Que seja… Diferentes… mas saudáveis…
Alex Possato