Relação problemática com a mãe
Por Alex Possato

Relação problemática com a mãe

A falta ou excesso de mãe, na vida de um homem, traz marcas em sua psique e cria padrões de comportamento e defesas, que ele inevitavelmente usará na vida adulta. A mente humana é um mecanismo condicionado, focado, em primeiro lugar, na sobrevivência.
Por isso, mesmo que desejemos crescer emocionalmente e compartilhar uma relação saudável, antes teremos que nos defrontar com estas imagens congeladas do passado, para desarmar as armadilhas colocadas desde a primeira infância.
Vou explicar. Se venho de um lar onde a mãe é doente, de alguma forma a minha criança interna pensou um dia, devido ao profundo amor que sente por ela: eu daria qualquer coisa para salvá-la! Se vivenciamos a perda da mãe, seja por morte ou a partida, podemos criar um pacto: faço tudo para que ela volte e nunca mais saia do meu lado! Um outro exemplo: a mãe é tóxica, agressiva e vitimista. O filho neste caso pode interiorizar: preciso de mamãe equilibrada e um lugar de paz.
Imagine após o crescimento destas três crianças, o que elas, inconscientemente terão a tendência de procurar? Uma mulher que desenvolverá problemas ou doenças. No outro exemplo, alguém que terá impulso de sumir ou abandonar. No terceiro caso, talvez uma mulher agressiva e instável, que provoca muito conflito. Assim a criança poderá colocar seus pactos em movimento.
O universo nos deu uma sábia forma de irmos aprendendo a amar e ressignificar nossa mãe!
Será comum que estas relações causarão problemas, e isso é ótimo para a pessoa que entende que é um processo de cura interior. Passo a passo, deixamos de ver a outra como culpada, e podemos entender que, no fundo, não podemos salvar nossa mãe! E nem obrigá-la a cuidar melhor. E desta forma, deixamos de olhar a relação como uma criança que deseja ter todo o cuidado perdido na infância.
Crescemos, e saímos deste jogo terrível do salvador-vítima, jogo recheado de chantagem, mentiras, manipulações e muitas vezes, agressividade. E nos abrimos para entender a relação como uma grande escola, que pode sim ser muito proveitosa, desde que olhemos com os olhos do adulto que decidiu, ele mesmo, cuidar da sua criança ferida.

Alex Possato

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