Respeito à hierarquia
Uma das Ordens do Amor fala a respeito de hierarquia. A hierarquia começa na relação homem-mulher, que gera um filho. Ambos são iguais: homem e mulher. Não há maior ou menor. Porém, em termos de relacionamento, há prioridade da relação dos pais, pois esta veio primeiro. E depois, a relação com os filhos, pois estes vieram depois. Os pais são os grandes, resolvem suas desavenças e protegem os filhos. A quebra dessa Ordem ocorre quando os pais deixam de ver o amor que gerou filhos na relação e entram em conflito. Aí eles não se mostram como grandes, e isso vai exigir dos filhos que amadureçam muito mais rápido. Geralmente, estes pais são descendentes de famílias onde houveram questões de atrito nas relações afetivas. Amores esquecidos, amantes, famílias paralelas, infidelidade conjugal, filhos não assumidos, gente abandonada… As dores, raiva e ciúme dos adultos incendeia a relação familiar, provocando falta de cuidado adequado em relação aos filhos. Muitas vezes, outras pessoas precisam interferir para cuidar das crianças: os avós, tios, parentes ou até a própria justiça, que assume o cuidado delas.
Olhando sistemicamente, podemos ver que esse padrão se repete em grupos, empresas, cidades, estados e países. Os mais frágeis são deixados de lado, enquanto os responsáveis brigam. As crianças precisam se tornar grandes e olham para os adultos como incapazes (pequenos).
No micro-universo, como deveríamos olhar para isso? Olhar para nossas dores de abandono, as brigas entre nossos pais onde fomos colocados no meio (alienação parental), olhar também para aqueles que cuidaram de nós enquanto os pais brigavam, e buscar entender o quanto forte ficamos, através destas situações. Tivemos que crescer rapidamente. A infância foi perdida, em nome da sobrevivência. Esta conscientização interna tem o poder de se ampliar para o externo, para as relações maiores. Embora não aprovemos, poderemos entender que os conflitos que vemos entre as autoridades podem ser menos dolorosos quando aceitamos as dores pessoais. Todos crescerão. Apesar das brigas.
Alex Possato