Adeus macho-alfa, bem-vindo macho-beta!
“Como característica principal do macho-alfa, em uma esfera mais leiga, é um homem que atrai a atenção de todas as mulheres por sua alta capacidade de dominar os ambientes, mas ele também dispõe de esperteza e determinação suficientes para se juntar a grupos masculinos – daí ser interessante considera-lo também no âmbito dos relacionamentos. E é aqui que surge um dado interessante de se pensar dentro do novo cenário contemporâneo: antes festejado quase como um deus a viver no olimpo da sociedade, o que se descobriu, desde a entrada em cena do novo homem e da nova mulher, é que ser um macho-alfa não é mais sinônimo de sucesso garantido – nem no trabalho, nem na vida amorosa. E tudo porque há outro forte candidato ao posto: o “macho-beta”.
O macho-beta surge dentro de um cenário que não exige mais dos homens a mesma seriedade, perfeição, autossuficiência e rigidez. E assim ele se define como um homem que não faz questão de ficar em evidência, nem de provar sua autoridade o tempo todo; ele tampouco tem medo de mostrar suas emoções e não se importa em dividir tarefas. É justamente por causa dessas qualidades que o chamado macho-beta está se tornando o preferido por boa parte das mulheres, a qual busca um companheiro mais sensível, alguém que inclusive privilegie e participe do convívio familiar, ao contrário do homem que antes colocava a conquista de poder, dinheiro e mulheres acima de tudo e de todos. O dado é curioso porque o termo “beta”, em seu aspecto negativo, paradoxalmente serve também para denominar o homem que não interessa tanto, pois designa um homem submisso, fácil, desesperado, inseguro, previsível, e, principalmente, sem atitude.
Assim como acontece com os homens, essa inversão de preferências, para as mulheres, também tem se mostrado verdadeira, uma vez que os homens há tempos preferem a “mulher-beta” a uma “alfa” dominadora – lembrando que o termo “alfa”, no caso delas, também indica uma mulher bem-sucedida, independente e focada na conquista do poder. São as adeptas do “eu posso, eu serei e eu terei”, postura que lhes dá a convicção de que chegarão ao lugar em que o deseja delas está.
Mas para mostrar, porém, que até mesmo essas classificações são redutoras ao tentar captar a complexidade da natureza humana, chamo a atenção para a capacidade que homens e mulheres têm de incorporar uma e outra qualidade, mudando de alfa para beta e vice-versa, dependendo da situação. Eu mesmo já acompanhei esse movimento em pessoas que conseguem ter consciência de seus objetivos e limites, algo que obtiveram depois de aprender a se conhecer, para em seguida conhecer o outro.”
Luiz Cuschnir – Ainda Vale a Pena (Cultivar para manter os vínculos de amor)
(Diamante Bruto – O Poder do Sagrado Masculino, em São Paulo e Brasília – clique aqui e saiba mais)